Vazio existencial: por que você sente que falta algo mesmo tendo tudo
- 13 de ago.
- 3 min de leitura
Atualizado: 25 de ago.
Você já teve a sensação de que algo falta, mesmo quando aparentemente tudo está em ordem? Essa sensação é o que chamamos de vazio existencial — uma espécie de desalinhamento interior que surge quando a vida externa está cheia de conquistas, mas falta coerência com o que se sente por dentro. Neste artigo, vamos entender por que isso acontece e como cultivar presença e sentido pode resgatar o prazer de viver.

Você se sente vazio, mesmo tendo “tudo”? Você pode estar em um vazio existencial
“É preciso viver para algo além de si. O contrário disso é apenas sobrevivência com maquiagem.”
— Clarice Lispector
Você pode ter conquistado estabilidade, reconhecimento, até mesmo algum afeto no caminho.
Talvez tenha acumulado muitas coisas boas — e, ainda assim, o silêncio traga uma estranha sensação de ausência.
Como se algo essencial estivesse faltando.
Não é dor, exatamente. Nem angústia evidente. É como um eco dentro do peito.
Um espaço vazio que não se preenche nem com descanso, nem com novas conquistas.
É comum que isso apareça justamente quando o mundo parece em ordem.
É quando nada está dramaticamente errado — que notamos, com mais clareza, que falta um sentido mais profundo por trás da engrenagem dos dias.
Durante muito tempo, nos disseram que bastava alcançar: o sucesso, a independência, a realização pessoal.
Mas agora, mesmo com tudo isso ao alcance, muitos vivem uma espécie de apatia silenciosa.
Rollo May chamou isso de “apatia existencial” — um estado em que a energia vital é suficiente para funcionar, mas não para se encantar.
Não é depressão. É uma forma de secura interior. Um desalinhamento entre a forma da vida e a alma que a habita.
Uma das origens desse desalinhamento está na confusão entre sucesso e realização.
Desde cedo, aprendemos a valorizar os marcos visíveis: conquistas, diplomas, cargos, bens, prestígio.
E não há nada errado com isso — exceto quando acreditamos que isso basta.
O sucesso pode alimentar o ego, mas não necessariamente preenche o coração.
O que o ego deseja é ser admirado. O que a alma pede é ser coerente.
Não se trata de abandonar tudo. Trata-se de escutar.
Aquele silêncio que incomoda pode ser a alma tentando dizer:
“Estou presente, mas quero viver com mais verdade.”
Uma primeira forma de responder a esse chamado é retomar a presença.
Não apenas como prática meditativa, mas como escolha cotidiana.
Estar inteiro no que se faz, no que se diz, no que se sente.
Não é algo grandioso. É algo profundo.
Olhar nos olhos. Escutar com o corpo todo. Notar a textura do momento.
Essa presença devolve espessura à experiência. Faz com que a vida volte a ter gosto.
A alma não precisa servir.
Ela precisa florescer.
Não por dever. Mas por natureza.
Ela se expande quando o viver se torna expressão — e não obrigação.
Quando há espaço para o silêncio, para o olhar profundo, para a coerência interna. A alma floresce quando deixamos de operar apenas no fazer — e voltamos a repousar no ser.
Não se trata de encontrar grandes missões.
Trata-se de cultivar presença, profundidade e sentido nas pequenas escolhas.
É nesse movimento silencioso que o viver reencontra densidade —
e a vida, mesmo simples, volta a ser verdadeira.
“Não é o quanto fazemos, mas a profundidade com que estamos no que fazemos que dá sentido à vida.”
— Rabindranath Tagore
Você pode ter muito — e ainda assim sentir pouco.
Mas esse pouco, às vezes, é o melhor convite:
um chamado para mergulhar mais fundo,
alinhar o viver com o sentir,
lembrar que plenitude não se busca — se revela.
É justamente para apoiar esse florescimento que criamos a Confraria da Mente —
um espaço de cultivo da lucidez, da coerência e da presença.
Onde o progresso não se mede em metas,
mas em verdade vivida.
Andrés De Nuccio
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