Como meditar com a mente agitada: a inquietação não é um obstáculo — é o ponto de partida.
- 20 de jul.
- 3 min de leitura

O que nos agita, muitas vezes, é exatamente o que precisa ser visto
Se você já tentou meditar e se frustrou porque sua mente estava inquieta, saiba que você não está sozinho. E, mais do que isso: talvez você esteja justamente onde a prática realmente começa.
A maioria das pessoas que inicia uma prática meditativa se depara, nos primeiros dias, com uma avalanche de pensamentos. É como se o simples ato de fechar os olhos e respirar revelasse um ruído interno que já estava ali — mas que o barulho do cotidiano mascarava.
E então surgem as dúvidas: “Estou fazendo errado?”, “Minha mente é agitada demais?”, “Será que a meditação não é pra mim?”
Mas a verdade é outra. A meditação não começa quando tudo está em silêncio. Ela começa quando, mesmo no meio do ruído, escolhemos ficar.
A mente agitada não é um erro: é o estado inicial da maioria de nós. Você pode meditar com a mente agitada.
Vivemos numa época de estímulo constante. Redes sociais, notificações, compromissos, pensamentos acelerados, preocupações acumuladas. Esperar que a mente pare magicamente ao sentarmos para meditar é tão ingênuo quanto esperar que um lago turbulento se acalme em segundos.
A prática da meditação não nega esse estado. Ela o acolhe.
Meditar com a mente agitada é como estar num quarto escuro e, aos poucos, acender uma luz tênue. No início, tudo parece ainda confuso. Mas com o tempo, formas se revelam. Contornos ganham nitidez. E o que parecia caos, passa a ser visto com olhos mais lúcidos.
Não tente calar os pensamentos — aprenda a não segui-los
Um dos maiores equívocos que encontramos é a ideia de que meditar é “parar de pensar”. Isso gera tensão, resistência e, muitas vezes, abandono da prática.
O caminho real é mais suave — e mais profundo. A proposta não é silenciar a mente à força, mas mudar o lugar de onde a observamos.
Pensamentos continuarão surgindo. Mas você pode aprender a não se deixar arrastar por eles. É como ouvir uma conversa no andar de baixo: o som está lá, mas não te envolve mais.
Com o tempo, a mente aprende a confiar no silêncio
O que no início era esforço, com o tempo se torna familiar. O corpo se acomoda. A respiração se aprofunda. E a mente, ao perceber que não está sendo combatida, começa a ceder.
Isso não acontece porque você a dominou — mas porque aprendeu a não alimentar a agitação com mais agitação. Descobriu que é possível repousar, mesmo com barulho. E é nesse repouso que um novo estado nasce.
Meditação não exige perfeição: exige presença
Você não precisa esperar um dia perfeito, um ambiente silencioso ou uma mente tranquila para começar. Meditar é um gesto de honestidade: sentar-se exatamente como se está — e permanecer.
A mente agitada não é um obstáculo ao caminho. Ela é o caminho.
E quando se compreende isso, o julgamento cede. A frustração se dissolve. A prática começa a f lorescer — não como uma técnica perfeita, mas como um reencontro possível com a própria consciência.
No silêncio imperfeito da mente agitada, algo precioso acontece: a descoberta de que não é o barulho que nos impede… é o modo como nos relacionamos com ele.
E isso — quando enfim é vivido — muda tudo.
Andrés De Nuccio
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