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Como lidar com a sensibilidade emocional e dar estrutura ao sentir

  • 9 de ago.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 26 de ago.

Você sente demais e não sabe como lidar com a sensibilidade emocional? Este artigo oferece ferramentas práticas para transformar isso em clareza.



como responder ao invés de reagir
O erro não está na busca. Está no paradigma que sustenta a busca.


Quando sentir demais se transforma em confusão: como dar estrutura à sensibilidade. Como lidar com a sensibilidade emocional e organizar o que se sente


Sentir é fácil. Entender, exige trabalho.” — Daniel Goleman


Algumas pessoas têm um radar muito sensível para a vida.


Elas percebem variações sutis no tom de voz, notam a mudança no clima de uma sala, intuem sentimentos alheios antes mesmo que sejam expressos.


Essa sensibilidade, quando bem compreendida, pode ser um dom precioso.

Mas, quando não é estruturada, vira ruído.

Em vez de percepção refinada, produz confusão interna.

Em vez de lucidez, gera sobrecarga.


A mente se enche de estímulos não processados.

O corpo responde com tensão.

E o coração… se cansa.


A dor de sentir tudo — sem saber o que está sentindo


É comum ouvir pessoas dizerem:

• “Estou me sentindo mal, mas não sei explicar.”

• “Sinto tudo com muita intensidade… e isso me esgota.”

• “Parece que carrego emoções que nem são minhas.”


Essas falas revelam um descompasso entre sensibilidade e clareza.

Um abismo entre o sentir e o compreender.


Sentir não é o problema.

O problema é sentir sem saber de onde vem, o que significa, nem para onde aponta.


Sensibilidade sem estrutura: o rio sem margens


Quando a emoção surge e não encontra um contorno interno — como linguagem, reflexão ou discernimento — ela se espalha.


É como um rio sem margens: não ganha força, não chega a lugar algum. Transborda.

Inunda.

Afoga a clareza.


É por isso que muitas pessoas que sentem muito também se sentem perdidas.

Porque a emoção, sozinha, não organiza.

Ela precisa de direção. Precisa de tradução.


Três causas comuns da confusão emocional


1. Falta de alfabetização emocional


A maioria de nós não foi ensinada a lidar com as próprias emoções.

Fomos ensinados a esconder, ignorar ou reagir.


Crescemos sem vocabulário interno.

Confundimos tristeza com fracasso, medo com fraqueza, raiva com maldade.


Albert Ellis, pai da Terapia Racional-Emotiva, dizia:


“Não sofremos por causa das emoções. Sofremos porque não sabemos o que elas significam.”


Sem uma linguagem clara, tudo vira “estar mal”.

E o mal-estar, quando não nomeado, vira um nó.


2. Fusão entre emoção e pensamento automático


Um dos principais erros que cometemos é confundir o sentir com o interpretar.


Sentir medo é uma experiência legítima.

Pensar “sou um covarde” por senti-lo — é uma distorção aprendida.


Esse tipo de associação acontece o tempo todo:


• Sinto tristeza → “Minha vida não tem sentido.”


• Sinto raiva → “Sou uma pessoa ruim.”


• Sinto frustração → “Nada do que eu faço dá certo.”


Esse fenômeno é chamado, na Psicologia Cognitiva, de fusão pensamento-emocional.

A emoção não é julgada por si — mas contaminada por um enredo mental.

E o resultado é culpa, vergonha e repressão.


3. Falta de espaço para processar o que se sente


Vivemos num mundo com pouco silêncio, pouco tempo e pouca escuta.

A emoção precisa de espaço para se mostrar, se regular, se revelar.


Mas, em vez disso, acumulamos estímulos sem digerir nenhum.

Desviamos o foco, aceleramos as tarefas, ignoramos o corpo.


E aquilo que não é sentido com consciência… vira tensão acumulada.

É como tentar digerir um banquete correndo.


Como disse Alan Wallace:

Entre um impulso e uma reação, há um intervalo em que podemos cultivar discernimento.”


Sem esse espaço, a emoção vira reflexo.

Com espaço, vira compreensão.


Como transformar sensibilidade em clareza?


Abaixo, quatro práticas que ajudam a dar estrutura ao sentir — e transformar intensidade em lucidez.


1. Escreva o que sente — mesmo sem entender


A escrita é uma ponte entre o mundo interno e a clareza mental.


Quando escrevemos, organizamos.

Quando organizamos, enxergamos.

Quando enxergamos, deixamos de temer.


Não é preciso fazer diário ou escrever bem.

Basta registrar: “Estou sentindo isso. Parece com aquilo. Lembro de tal coisa.”


Essa prática cria distância segura entre você e a emoção.

Ela externaliza o caos e devolve ordem.


2. Nomeie o estado emocional com precisão


Evite termos vagos como “tô mal” ou “não sei explicar”.

Use o vocabulário da emoção:


• “Sinto agitação no peito. É uma mistura de irritação e ansiedade.”


• “Tenho um aperto leve no estômago. Acho que é frustração.”


• “Meu corpo está tenso, especialmente os ombros. Me parece raiva contida.”


Quanto mais precisos os nomes, menor a força desorganizada da emoção.

Estudos em neurociência mostram que rotular a emoção com precisão ativa o córtex pré-frontal, diminuindo a atividade da amígdala (área do medo e do impulso).


3. Observe os pensamentos associados à emoção


Quando uma emoção surgir, pergunte:

“O que estou pensando sobre isso?”


Separar o que sente do que pensa ajuda a interromper fusões automáticas.

• “Sinto medo — mas pensar que ‘vou fracassar’ é apenas uma hipótese.”

• “Sinto raiva — mas meu pensamento de que ‘sou uma pessoa ruim’ não é verdadeiro.”


Essa separação é um dos pilares da clareza emocional.

É nela que começa a liberdade de não acreditar em tudo que pensamos quando estamos agitados.


4. Crie pausas para escutar o corpo — sem interpretar


Não tente entender tudo no momento em que sente.

Isso sufoca a emoção.


Permita-se apenas sentir.

Com presença, sem julgamento.


Pode ser durante uma caminhada, uma meditação silenciosa, um momento de descanso.

Deixe o corpo falar.

E ouça, como quem não tem pressa de resolver — mas deseja compreender.


“As emoções são mensageiras, não são inimigas. Escutá-las com atenção é o primeiro passo para transformá-las em sabedoria.”

— Tara Brach


Sentir profundamente não é um problema.

O problema é não compreender aquilo que se sente.


A sensibilidade é uma força — quando apoiada por estrutura.

E essa estrutura pode ser aprendida, praticada, cultivada.


É por isso que, na Confraria da Mente, cultivamos esse olhar: um lugar onde o sentir é bem-vindo — mas não fica solto.

Onde a emoção é honrada — e também compreendida.

Onde a intensidade encontra direção, e a sensibilidade se transforma em sabedoria.



Andrés De Nuccio



Boas vindas à Confraria da Mente


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