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Quando a mente não silencia: o yoga como lugar de repouso interior.
- 9 de jul.
- 3 min de leitura
Quando a mente não silencia: o yoga como lugar de repouso interior
Há um tipo de cansaço que não vem do corpo.
É mais sutil — mas não menos pesado.
Vem de dentro. Da mente que não se aquieta. Do coração que procura, sem saber direito o que… ou onde.
Tem dias em que tudo parece um movimento sem fim.
Mesmo sentados, estamos correndo.
As tarefas se sucedem, o celular vibra, a urgência se instala como uma trilha de fundo — insistente, invisível.
E o pior é que já nem percebemos: ela se tornou parte do ar.
O corpo tenta descansar. Mas por dentro, algo continua desperto.
Mesmo em silêncio, a cabeça fala.
Mesmo parados, seguimos em deslocamento.
E lá no fundo, sem forma ainda, nasce uma pergunta:
Onde é que se descansa… de verdade?
Quando nem o sono dá conta
Há noites em que o corpo se rende — mas a mente não.
Os olhos se fecham, o quarto escurece… e ainda assim, algo gira lá dentro.
Como se o botão de desligar tivesse sumido.
Como se existisse um motor interno que não aprendeu a parar.
E o que era para ser repouso vira esforço.
Pensamentos que pesam.
Emoções que não se organizaram.
Preocupações com rostos múltiplos.
Esse tipo de exaustão não se resolve com distrações nem com feriados.
Porque o que está pedindo cuidado não é o corpo — é o modo de estar.
E aí, talvez, seja hora de mudar a pergunta.
Não mais: como desligar?
Mas sim: como repousar por dentro?
Yoga: um espaço onde tudo se escuta de novo
Muita gente ainda pensa que yoga é coisa de gente flexível, com tempo sobrando e roupa específica.
Mas yoga não é um luxo. É retorno.
Não ao passado.
Mas a si mesmo.
Ao centro que ainda pulsa, mesmo quando tudo em volta parece um caos.
Quando estendemos o tapetinho, algo se abre.
Não é só o corpo que se alonga — é o espaço interno que se acomoda.
A respiração guia.
O que estava espalhado se reorganiza.
O que estava apertado respira.
Não precisa ser bonito, nem correto.
Precisa ser real.
Um lugar possível, mesmo no meio da vida que temos
Nos Círculos do Yoga, ninguém precisa performar.
Não se espera que você esteja pronto — só que esteja presente.
As práticas foram criadas para acolher.
Acontecem ao vivo ou no seu tempo. Pela manhã ou à noite. Sozinho ou acompanhado.
É um caminho flexível. Mas firme.
Sem pressa, sem cobrança, sem medo de recomeçar.
Mesmo quem sente que se perde, que não consegue manter o ritmo, pode encontrar aqui um outro modo de continuar.
De retornar.
De habitar o próprio corpo — com gentileza.
Serenidade tem nome de casa
Ser sereno não é estar livre dos problemas.
É conseguir permanecer.
Mesmo quando tudo parece desabar, algo em você continua de pé.
O yoga não promete finais felizes nem soluções mágicas.
Mas ele oferece um abrigo.
Um lugar onde até os dias difíceis podem ser vividos com mais presença.
Com mais consciência.
Com mais inteireza.
Se dentro de você há algo pedindo silêncio, pausa ou sentido… talvez seja hora de escutar.
Talvez nem precise mudar nada.
Talvez só falte voltar para si.
E deixar que o yoga seja essa ponte.
Firme. Simples. Silenciosa.
Como quem reencontra o caminho de casa — depois de muito tempo longe.
O yoga é um refúgio, é como um repouso interior, que vai além dos alongamentos e proporciona um silencioso espaço mental, reconexão profunda e clareza emocional para sua vida.
Andrés De Nuccio
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