Tempo para meditar: o que a desculpa mais comum revela sobre nossas escolhas
- 25 de jul.
- 3 min de leitura

Tempo para meditar não se encontra — se escolhe
“Eu não tenho tempo para meditar.” Poucas frases são repetidas com tanta frequência por quem, paradoxalmente, mais precisa da prática. Ela aparece como justificativa polida, quase sempre acompanhada de um suspiro resignado e uma sensação de culpa. O dia tem compromissos. A mente tem urgências. O corpo tem cansaços. A vida não para.
Mas é justamente por tudo isso que a meditação se torna tão necessária. E, ao contrário do que parece, a falta de tempo raramente é o problema real. O problema é o lugar que damos à meditação entre todas as outras demandas.
A ilusão de um dia ideal que nunca chega
Existe uma fantasia sutil que nos acompanha: a de que um dia, quando tudo estiver mais calmo, mais organizado, mais leve, finalmente haverá espaço para cuidar da mente. Esse dia, sabemos, quase nunca chega.
Porque o mundo não colabora.
Porque as listas de tarefas se regeneram mais rápido do que conseguimos riscar seus itens.
Porque sempre haverá algo urgente, algo por fazer, algo que parece mais importante do que sentar em silêncio por alguns minutos.
O resultado? A mente segue sem pausa. E o corpo, mesmo depois de um dia cheio de realizações, termina cansado — mas não nutrido.
Meditação não é o que você faz depois de resolver tudo — é o que ajuda a resolver
O tempo para meditar não deve ser o tempo “sobrando” no fim do dia.
Ele precisa ser protegido — como se protege um intervalo entre um pensamento e outro, como se guarda o silêncio numa música bem composta.
Meditar não é um prêmio para quando tudo estiver feito. É uma forma de se tornar alguém mais lúcido, mais centrado, mais capaz de fazer o que precisa ser feito — sem se perder no processo.
Esperar estar com a vida em ordem para meditar é como esperar estar curado para tomar o remédio. É o cuidado que permite o equilíbrio — não o contrário.
O que a “falta de tempo” costuma esconder
A objeção “não tenho tempo” costuma camuflar outras verdades menos confortáveis:
• “Ainda não compreendi o valor dessa prática.”
• “Sinto que estou sempre em débito com o mundo e não posso me dar esse luxo.”
• “Tenho medo de parar e encontrar coisas que preferia não ver.”
• “Me disseram que preciso de uma hora inteira e um lugar perfeito.”
É compreensível.
Vivemos numa cultura de produtividade compulsiva, onde o valor de um gesto é medido por sua utilidade imediata.
E parar para meditar pode parecer, à mente condicionada, uma forma de ineficiência.
Mas aqui está o paradoxo: os poucos minutos que você dedica à presença são, frequentemente, os mais produtivos do dia.
Eles reorganizam.
Refrescam.
Tornam as próximas horas mais conscientes — e, por isso, mais eficazes.
Ninguém tem tempo. As pessoas criam tempo.
As pessoas que meditam diariamente não têm menos compromissos que você.
Elas apenas fizeram uma escolha: colocaram a mente no topo da lista.
E, uma vez colocada lá, todas as outras tarefas ganharam uma nova qualidade.
Menos pressa.
Mais precisão.
Menos reatividade.
Mais liberdade de ação.
O tempo, afinal, não é o que nos falta.
É o que nos escapa quando estamos desatentos.
Um convite realista: comece com cinco minutos
Talvez você não consiga, hoje, reservar meia hora.
Tudo bem.
Mas será que consegue cinco minutos?
Cinco minutos sem notificações.
Cinco minutos sentado com os próprios pensamentos.
Cinco minutos apenas respirando — e observando.
Isso não é pouco.
É um gesto simbólico e real de cuidado.
É uma afirmação silenciosa:
“Eu sou mais importante do que meus compromissos”.
Porque o tempo que você dedica à prática não é um tempo “fora da vida”.
É um tempo de volta a si.
E essa volta, quando feita com regularidade, muda a forma como você habita cada momento do dia.
Meditar não exige tempo — exige decisão
O tempo para meditar é como uma clareira na floresta da rotina.
Ela não aparece sozinha.
É preciso abrir. Cuidar. Proteger.
Quem nunca começa está esperando um momento ideal.
Quem começa entende que não há momento melhor do que agora.
E, aos poucos, o que era difícil se torna hábito.
O que era estranho se torna abrigo.
E o que parecia mais uma tarefa… se revela como fonte.
Fonte de presença.
De lucidez.
De respiro no meio do ruído.
Andrés De Nuccio
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