Quando ser forte demais se torna o único papel possível
- 26 de ago.
- 2 min de leitura
Muita gente se vê forçada a ser forte o tempo todo — não como potência, mas como personagem. Esse papel dá pertencimento e aplauso, mas, com o tempo, vira prisão: quanto mais você sustenta, menos espaço resta para quem você é. Neste artigo, exploramos como sair da força como identidade e voltar a existir com verdade.

Quando ser forte demais se torna o único papel possível. Ser forte o tempo todo: quando a força vira personagem
“Você pode até carregar tudo sozinho — mas, aos poucos, vai deixando de existir.”
— Desmond Tutu
Algumas pessoas não são apenas fortes.
Elas precisam parecer fortes.
Porque se um dia deixarem de ser o apoio, a referência, o porto seguro…
têm medo de que ninguém mais veja valor nelas.
Essa força não é potência.
É personagem.
É um papel que foi assumido — ou imposto — e que, com o tempo, virou identidade.
Mas há um custo oculto nisso:
quanto mais você é apenas o que sustenta, menos sobra de quem você é.
A armadilha da força funcional
A força deveria ser uma ferramenta.
Mas para muita gente, virou moeda de pertencimento.
Foi sendo reforçada por olhares, elogios, dependências — até se tornar condição de amor.
Você aprendeu que só vale quando aguenta.
Que sua presença é valiosa porque suporta, porque organiza, porque não atrapalha.
Com o tempo, deixou de ser alguém para se tornar estrutura emocional dos outros.
E talvez nem perceba mais que também tem limites, desejos, fraquezas, vontades não ditas.
Essa força constante não é escolha.
É defesa.
E toda defesa exige o sacrifício de algo essencial.
A quem você está tentando proteger?
Pode ser que você sustente tudo para não desabar por dentro.
Pode ser que, se parar de segurar, precise encarar o vazio de não saber quem é sem esse papel.
Pode ser que o silêncio esconda uma angústia antiga:
“Se eu não for forte, serei deixado.”
Mas talvez seja hora de perguntar:
Essa força ainda me serve — ou me esconde?
Ao invés de mais força, mais verdade
A saída não é desistir da força.
É soltar o personagem.
É permitir-se existir mesmo quando falha.
É descobrir vínculos que resistem ao seu cansaço.
É encontrar espaços onde você não precise justificar sua presença com utilidade.
Ser forte, às vezes, é desmontar-se um pouco.
É não ter resposta.
É não dar conta.
E ainda assim sentir que há espaço para você.
“A verdadeira força não é a que evita cair, mas a que se mostra inteira mesmo quando cai.”
— Clarissa Pinkola Estés
Você não precisa desaparecer para ser valioso.
Não precisa aguentar tudo para ser amado.
Não precisa manter tudo de pé — se isso te custa a alma.
Talvez sua humanidade seja, enfim, seu maior presente.
Andrés De Nuccio
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