Como lidar com pensamentos durante a meditação sem se frustrar?
- 2 de ago.
- 3 min de leitura
Atualizado: 26 de ago.
Uma das dúvidas mais frequentes entre iniciantes — e até mesmo entre praticantes experientes — é como lidar com pensamentos durante a meditação. Afinal, o que fazer quando a mente insiste em falar, comentar, recordar, planejar, divagar?
A resposta pode surpreender: talvez não seja necessário fazer nada — exceto aprender a escutar sem ser puxado.

Como lidar com pensamentos durante a meditação sem se frustrar
A mente não é inimiga: ela só está fazendo o que sempre fez
É comum entrar na meditação com a expectativa de que a mente vai parar. Silenciar. Obedecer. Entrar em estado de paz absoluta.
Mas a mente não foi feita para parar — ela foi feita para processar.
Observar, comparar, recordar, fantasiar.
Querer que ela não pense é como querer que o coração não bata.
Não é uma questão de erro — é uma questão de função.
A prática não exige que a mente se apague.
Ela propõe algo mais sutil e mais revolucionário:
que se mude o nosso lugar diante dos pensamentos.
Observar sem se perder: o gesto mais sutil da prática
Pensar, você vai.
A pergunta é: quem está observando o pensamento?
A meditação propõe um afastamento suave.
Não no sentido de fuga, mas de perspectiva.
Você vê o pensamento chegar. Reconhece. Mas não embarca.
É como ver um pássaro cruzar o céu —
você não precisa voar junto com ele para saber que ele passou.
Esse gesto interior de observação — sem julgamento, sem envolvimento —
é o que transforma a prática num exercício de presença.
Não tente silenciar — aprofunde a escuta
Muitos chegam à meditação querendo “calar a mente”.
Mas a mente não se cala pela força.
Ela se aquieta quando percebe que está sendo escutada com atenção.
Isso pode parecer paradoxal:
quanto mais você tenta calar, mais ela grita.
Mas quanto mais escuta com paciência e curiosidade,
mais ela suaviza o tom.
Escutar a mente é escutar a si mesmo.
E, com o tempo, a prática deixa de ser uma tentativa de controle e se torna uma reconciliação interna.
Nem fugir, nem seguir: só estar
O pensamento vem.
Você nota.
Mas não precisa fugir dele.
Nem precisa segui-lo.
Esse espaço entre a fuga e o apego é o coração da prática.
Ele é cultivado devagar.
Com gentileza.
Com persistência.
Com humildade.
Nesse espaço, algo amadurece.
O impulso de reagir cede lugar à liberdade de apenas… estar.
Quando o pensamento se torna espelho
A certa altura, você percebe que os pensamentos não são interrupções.
Eles são espelhos.
Mostram o que está em você —
desejos, medos, inseguranças, memórias, pendências.
A prática não serve para eliminá-los,
mas para deixar de ser sequestrado por eles.
E, com isso, algo precioso acontece:
você aprende a conhecer a si mesmo
não pelas ideias que tem,
mas pelo modo como a mente se organiza no silêncio.
Meditação não é apagar. É estar lúcido.
É natural desejar o silêncio.
Mas ele não nasce da força — nasce do espaço.
A meditação bem praticada não “esvazia” a mente,
mas amplia o campo da consciência.
Você vê mais.
Percebe mais.
Entende mais.
E com isso, os pensamentos perdem o poder de arrastar.
Eles passam.
Como ondas.
Mas você já não precisa se afogar com cada uma delas.
Você aprendeu a surfar por dentro.
Andrés De Nuccio
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