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Esvaziar a mente na meditação. Você não precisa esvaziar a mente. Precisa parar de brigar com ela.
- 7 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 27 de ago.
Esvaziar a mente na meditação. Você não precisa esvaziar a mente. Precisa parar de brigar com ela.
Existe uma imagem que se fixou no imaginário coletivo como o retrato de uma meditação bem sucedida: uma mente limpa, vazia, silenciosa - como um céu sem nuvens. Essa imagem, repetida tantas vezes, virou um ideal.
E o ideal, quando não alcançado, costuma virar frustração. Se eu te disser que você não precisa esvaziar a mente na meditação ?
Muitos desistem da prática logo nos primeiros dias.
Acham que estão “falhando” porque os pensamentos não param, porque o silêncio não chega, porque a mente insiste em se mover.
Mas… será que ela precisa parar?
A mente foi feita para processar.
Ela percebe, associa, recorda, planeja. Querer que pare completamente é como esperar que o coração bata só quando for conveniente.
A meditação não exige esse tipo de interrupção. Ela propõe outro tipo de movimento: um reposicionamento.
O silêncio absoluto é um mito - e um obstáculo disfarçado
Pensar não é o problema.
O problema é quando nos perdemos no enredo dos pensamentos.
Quando eles puxam, arrastam, distorcem , e a consciência vai junto, sem perceber.
A prática meditativa não se baseia em eliminar esse movimento.
Ela convida a mudar o ponto de observação.
É possível estar em paz mesmo enquanto a mente se move.
Como quem consegue dormir ao lado de uma janela com trânsito: o som continua, mas já não exige resposta.
O que de fato acontece quando se medita?
A prática não esvazia.
Ela reorganiza.
Reeduca a atenção.
Afina a escuta.
O pensamento pode vir.
Pode ficar por um tempo.
Mas não precisa ser seguido.
Nem combatido.
É como ver uma nuvem passando num céu muito amplo.
Ela está lá. Mas você não precisa subir nela.
Com o tempo, esse espaço interno se amplia.
A mente continua funcionando - mas já não sequestra.
Quanto mais esforço, mais tensão
Tentar forçar o silêncio costuma gerar o contrário: tensão, resistência, fadiga.
A prática não se sustenta na ideia de controle, mas na possibilidade de presença lúcida.
Não se trata de alcançar um estado específico, mas de habitar com clareza o estado que está.
O silêncio que transforma não é ausência de pensamento. É ausência de combate interno.
Mudar o ponto de vista muda a relação com a mente
Quando se compreende isso, muita coisa se suaviza.
A cobrança cede lugar à confiança.
A rigidez cede lugar ao cuidado.
O medo de “fazer errado” dá lugar a uma prática mais honesta, mais possível.
Meditar não é travar uma guerra com a mente.
É reaprender a escutá-la com outros ouvidos.
Sem se perder nela.
Sem precisar vencê-la.
É esse o ponto de partida no Curso Completo de Meditação: desconstruir os mitos, desarmar as tensões, e devolver à mente seu lugar natural - não como inimiga, mas como parte do caminho.
Andrés De Nuccio
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