Há momentos em que um único gesto, uma frase curta, um olhar enviesado ou uma mensagem inesperada sequestra toda a nossa experiência. De repente, não existe mais casa, rua, mundo, vida. Existe apenas aquela palavra, aquele instante, aquele fragmento repetido, ampliado, distorcido pela mente.

À primeira vista, disciplina soa como limitação. Regras, rotinas, restrições. Parece algo que nos prende, quando na verdade pode ser a chave da mais profunda liberdade. Quando nos aproximamos das disciplinas espirituais, encontramos uma promessa curiosa: ao praticá-las, descobriremos quem realmente somos.

De uma visão mais profunda, o livre-arbítrio não é apenas a capacidade de escolher entre opções externas, mas o despertar para a fonte de onde toda escolha nasce. Quando estamos completamente identificados com pensamentos, emoções e papéis, vivemos como marionetes de forças que não controlamos. Mas quando reconhecemos que existe em nós um centro silencioso, intocado, descobrimos que a verdadeira liberdade não é fazer tudo o que queremos, mas lembrar o que somos.